terça-feira, 24 de maio de 2011

O 1.º dia do resto da sua vida

Amanhã, dia 25, Oprah Winfrey despede-se do seu 'talk show' ao fim de 25 temporadas. Tempo para evocar 25 marcos destes 25 anos dedicados à arte de bem comunicar. A mulher mais poderosa dos 'media', com uma fortuna de 2,7 mil milhões, vai apostar na OWN TV.

Amanhã, quando se despedir do talk show em nome próprio ao qual dedicou um quarto de século, Oprah Winfrey poderá finalmente concentrar-se a 100% no OWN TV: The Oprah Winfrey Network. O projecto promete ser «mais do que um canal de televisão». Será «um canal para pessoas como você», espectador. Pouco mudará, portanto, na forma desta magnata dos media comunicar com o público. A fórmula directa e emocional mantém-se. E na OWN TV, Winfrey terá até oportunidade de dar mais voz a estrelas televisivas e formatos entretanto descobertos.
Que Oprah é capaz de vender qualquer produto é já uma espécie de verdade de Monssieur de La Palisse. Que caso equacionasse a candidatura a um cargo político arriscaria uma vitória, também. Que nem mesmo o escandâlo que foi a confissão de uma certa promiscuidade sexual na adolescência (após ter sido violada pelo tio e um primo e de ter engravidado aos 14 anos para perder o bebé) manchou a sua reputação, idem. E nem os rumores de uma relação lésbica com a amiga de longa data Gayle ou o alegado ambiente de abuso sexual da sua escola de meninas em África do Sul chegaram para afectar a sua popularidade além-fronteiras.
É que Oprah - nascida há 57 anos em Kosciusko, cidade rural de sete mil habitantes à beira do Mississípi, mas nos últimos 25 anos íntima de estrelas das artes, do desporto e da política - é a amiga (para não dizer mãe, irmã, filha, mu-lher) que muitos gostariam de ter. A capacidade de sentir, de forma genuína, as dores e as alegrias alheias, aliada ao poder de, de facto, transformar vidas torna-a um 'animal televisivo' único. Na linha de Elvis, Michael Jackson, Marilyn Monroe, David Beckham ou Lady Gaga, a sua imagem é reconhecida em qualquer parte do mundo.
Oprah não morreu. Vai só deixar de fazer um talk show. Mas o seu legado é já inequívoco e resistirá ao passar dos tempos. Seja na promoção da importância da literacia e do prazer da leitura. Seja no despertar de consciências ecológicas ou na emancipação feminina. Seja no elogio do black power ou na denúncia das injustiças da Justiça. Isso e o Tom Cruise aos saltos no sofá gritando que ama a mulher.
Fonte: Destak

Nenhum comentário:

Postar um comentário