Amanhã, quando se despedir do talk show em nome próprio ao qual dedicou um quarto de século, Oprah Winfrey poderá finalmente concentrar-se a 100% no OWN TV: The Oprah Winfrey Network. O projecto promete ser «mais do que um canal de televisão». Será «um canal para pessoas como você», espectador. Pouco mudará, portanto, na forma desta magnata dos media comunicar com o público. A fórmula directa e emocional mantém-se. E na OWN TV, Winfrey terá até oportunidade de dar mais voz a estrelas televisivas e formatos entretanto descobertos.
Que Oprah é capaz de vender qualquer produto é já uma espécie de verdade de Monssieur de La Palisse. Que caso equacionasse a candidatura a um cargo político arriscaria uma vitória, também. Que nem mesmo o escandâlo que foi a confissão de uma certa promiscuidade sexual na adolescência (após ter sido violada pelo tio e um primo e de ter engravidado aos 14 anos para perder o bebé) manchou a sua reputação, idem. E nem os rumores de uma relação lésbica com a amiga de longa data Gayle ou o alegado ambiente de abuso sexual da sua escola de meninas em África do Sul chegaram para afectar a sua popularidade além-fronteiras.
É que Oprah - nascida há 57 anos em Kosciusko, cidade rural de sete mil habitantes à beira do Mississípi, mas nos últimos 25 anos íntima de estrelas das artes, do desporto e da política - é a amiga (para não dizer mãe, irmã, filha, mu-lher) que muitos gostariam de ter. A capacidade de sentir, de forma genuína, as dores e as alegrias alheias, aliada ao poder de, de facto, transformar vidas torna-a um 'animal televisivo' único. Na linha de Elvis, Michael Jackson, Marilyn Monroe, David Beckham ou Lady Gaga, a sua imagem é reconhecida em qualquer parte do mundo.
Oprah não morreu. Vai só deixar de fazer um talk show. Mas o seu legado é já inequívoco e resistirá ao passar dos tempos. Seja na promoção da importância da literacia e do prazer da leitura. Seja no despertar de consciências ecológicas ou na emancipação feminina. Seja no elogio do black power ou na denúncia das injustiças da Justiça. Isso e o Tom Cruise aos saltos no sofá gritando que ama a mulher.
Fonte: Destak

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