sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Murray mentiu à equipe de emergência que tentou reanimar Michael Jackson

O médico Conrad Murray, acusado de homicídio culposo (sem intenção de matar) pela morte de Michael Jackson, mentiu às equipes de emergência que tentaram reanimar o cantor, revelaram os depoimentos nesta sexta-feira no quarto dia de julgamento.
O paramédico Richard Senneff contou que no dia 25 de junho de 2009 chegou ao quarto do "rei do pop" cinco minutos após o pedido de ajuda, uma resposta rápida, o que o levou a pensar que seria possível salvar o paciente, que naquele momento não sabia quem era e estava com parada cardiorrespiratória.
Senneff perguntou a Murray ao entrar na casa qual era a situação médica de Michael e após questionar repetidas vezes, este garantiu que o cantor não estava tomando nada, a não ser um lorazepam (tranquilizante) para dormir.
"Algo mais?" questionou Senneff, quem lembrou que Murray respondeu: "não, isso é tudo".
Murray confessaria posteriormente nos interrogatórios à Polícia que havia administrado propofol, um forte anestésico que a autópsia determinou como a causa da morte de Michael Jackson.
Senneff manifestou que Murray contou que ele estava tratando o artista de "desidratação" e "esgotamento".
A testemunha declarou que a informação do acusado era incompatível com a existência de soro intravenoso e um balão de oxigênio. Além disso, o aspecto fragilizado de Michael o levou a pensar que o paciente estaria assim há bem mais de cinco minutos.
"A pele estava fria, as pupilas dilatadas, os olhos secos", detalhou Senneff, que revelou que os equipamentos para registrar o ritmo cardíaco nada captaram.
Para o paramédico, Michael Jackson estava como se tivesse sofrido de uma "doença crônica", embora aos advogados de Murray ele tenha respondido que era muito ousado afirmar que parecia o corpo de um drogado.
A equipe de emergência tentou reanimar o cantor durante 30 minutos e injetou duas doses de adrenalina e atropina sem resultado.
Em algum momento, Murray garantiu que Michael Jackson tinha pulso, mas nenhum dos paramédicos das equipes conseguiu comprovar.
Jackson teria sido declarado morto na casa, segundo Senneff, às 12h57 do dia 25, mas o médico Murray insistiu em levar o cantor ao hospital, onde finalmente a morte foi certificada às 14h30.
Senneff contou que viu Murray recolhendo remédios que estavam no quarto do cantor antes de ir ao hospital.
A primeira testemunha desta manhã, Robert Johnson, diretor de Qualidade e Assuntos Clínicos da empresa fabricante de equipamentos médicos Nonin Medical, explicou que o material que Murray tinha no quarto de Michael Jackson era inadequado para saber o estado do cantor de forma prolongada.
"Só é válida para uma revisão pontual de pulso e saturação de oxigênio", declarou Johnson, cuja companhia distribui o medidor Nonin 9500 que Murray colocou nos dedos do artista no dia de sua morte.
"Não é apropriado porque não tem alarme", explicou a testemunha, que perguntado pela defesa do médico garantiu que o médico teria de estar olhando o tempo todo para tela do dispositivo para controlar as informações. De outra forma não saberia se Jackson tinha sofrido um parada cardíaca ou não.
O cantor morreu no dia 25 de junho de 2009 vítima de uma overdose de remédios, em particular de propofol, que segundo a Promotoria foi dado por Murray, quem alega inocência.
A defesa alegou que foi o próprio Michael Jackson quem, em uma distração do médico, aplicou a dose letal de propofol.
O médico poderia passar até 4 anos na prisão em caso de condenação. Está previsto que o julgamento se prolongue até a última semana de outubro. 
Fonte: Terra/EFE

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PHOTO: Paramedic testifying at Conrad Murray trial

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