quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Julgamento do médico de Jackson foca uso de Demerol pelo cantor

Conrad Murray Man Slaughter Trial - Launch Image


Um especialista em soníferos depôs nesta quinta-feira, dizendo que a dependência de Michael Jackson do analgésico Demerol poderia tê-lo levado a sofrer de insônia, mas disse que, mesmo assim, o médico do cantor errou ao lhe dar propofol para dormir.
O doutor Conrad Murray está sendo acusado de homicídio involuntário devido à morte do cantor de "Thriller", em 2009, de uma overdose de sedativos e do anestésico propofol.
Os promotores dizem que Murray foi negligente no atendimento que deu a Jackson, mas os advogados de defesa do médico esperam transferir parte da culpa a outro médico que deu Demerol a Jackson. Para eles, foi o Demerol que acabou provocando a insônia que Murray tratava.
Murray disse à polícia que deu propofol a Jackson para ajudá-lo a dormir na noite em que o cantor morreu em sua mansão em Los Angeles. Seus advogados dizem que Jackson se deu sozinho uma dose extra e fatal da droga, que ele chamava de seu "leite."
Inquirido pelo advogado de defesa J. Michael Flanagan, o especialista em medicina do sono Dr. Nader Kamangar disse que a revisão que fez dos dados médicos de Michael Jackson mostra que o cantor recebeu Demerol do dermatologista doutor Arnold Klein, de Beverly Hills.
"Geralmente evito usar Demerol" com pacientes, disse Kamangar no banco das testemunhas. "O medicamento pode ativar uma pessoa, torná-la mais hiper ou excitada, gerar mais estímulo."
Flanagan perguntou: "Isso pode provocar insônia?"
"Com certeza", disse Kamangar.
Nos argumentos iniciais, três semanas atrás, o advogado principal da defesa, Ed Chernoff, disse aos jurados que, nos meses que antecederam sua morte, Jackson foi ao consultório de Klein até duas ou três vezes por semana.
"O doutor Arnold Klein viciou Michael Jackson em Demerol", disse Chernoff na época.
O juiz da Corte Superior de Los Angeles Michael Pastor negou um pedido da defesa para convocar Klein para depor, dizendo que o depoimento dele não seria suficientemente relevante ao caso.
Não foi possível alcançar Klein nesta quinta-feira para ouvi-lo.
No banco das testemunhas, Kamangar disse não dispor de informações suficientes para determinar se Jackson tinha dependência de Demerol.
Flanagan perguntou a Kamangar sobre um estudo chinês feito em 2010 sobre o uso de propofol para induzir o sono em pacientes com insônia grave, que mostrou que a droga ajudava essas pessoas.
Kamangar disse que o estudo é extremamente experimental e não justifica usar o propofol como sonífero em um ambiente hospitalar, muito menos em casa.
"Mesmo os autores do estudo explicam no final que é um experimento muito preliminar e que são necessários muito mais estudos para sequer se cogitar em usar essa droga para tratar a insônia", disse Kamangar. Fonte: Terra
Reuters

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